opedropina: PAIXÃO EM SI

30/04/2011

PAIXÃO EM SI

Apaixonei-me por ti. Não me apaixonei por ti, apaixonei-me pela imagem que tenho de ti. Apaixonei-me por ti. Não me apaixonei por ti, apaixonei-me pela vontade de me apaixonar por ti. Apaixonei-me por ti. Não me apaixonei por ti, apaixonei-me pelo desejo de me apaixonar. Apaixonei-me por ti. Não me apaixonei por ti, apaixonei-me pela paixão em si. Apaixonei-me por ti. Não me apaixonei por ti, apaixonei-me pelo sonho em mim. Apaixonei-me por ti. Não me apaixonei por ti.

8 comentários:

Branca disse...: Inteligente exercício de consciência. Nem todos o conseguem fazer e confundem amor e paixão.

Beijinhos
Branca; 22.5.11
Alien David Sousa disse...: Maravilhoso Pedro. Há quem não saiba fazer a distinção...adorei a forma como o fizeste.
beijinhos; 5.6.11
Rabisco disse...: E a paixão não é isso mesmo?
Essa inconstância entre apaixonar ou não apaixonar? Entre sentir e não sentir? Saber e nem saber?

Faz parte da magia da paixão, bem diferente da do amor.

Gostei!

Abraço grande
e vê se apareces

http://www.rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/; 31.7.11
Branca disse...: E textos novos e inspiradores, não há?

Vim matar saudades e deixo votos de felicidade e beijos.

Branca; 12.10.11
Alien David Sousa disse...: Pedro REGRESSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Beijinhos; 29.10.11
Alien David Sousa disse...: PEDRO PRECISO DA TUA AJUDA. VAI AO MEU BLOG PLEASEEEE!
Beijinhos, strike a pose; 16.1.12
Anónimo disse...: rgbvrehqu 858 bpdbcmizo http://www.chaussureschristianlouboutinfr.net pzyfqexpk 681 ravjfcbmy [url=http://www.chaussureschristianlouboutinfr.net]Louboutin Pas Cher[/url] mcbvktarc 366 pwgvsdziu
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Sunshine disse...: Porque é que só descobri o teu blog hoje? :O

Esta fantastico! (:; 18.6.13

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words

Palavras
palavras escritas, Palavras ditas,
Palavras,
sem palavras, cem palavras,
caracteres desenhados
articulados, riscos mal feitos
em cartões de papel, palavrinhas
escolhas de letras em teclados perdidos
Palavras, riscos roubados
a frases sem sentido
desconexas, palavrões, palavras
não me digas palavras
silêncios sem palavras
sopro, desmonto as letras em riscos de pó
ruídos, turbilhões de palavras
palavras sem qualquer palavra
não quero palavras
não entendo, não sei
sem palavras, discursos
diz tu, fala, diz
palavras sem significado, dicionários sem contudo
cheios de palavras, rascunhos, expressao
diz-me tudo, mostra-me tudo
leva-me a todo o lado
mas por favor dá-me as tuas
palavras

olho as pegadas
que martelei nesses passeios da vida
não as apagues, não as apago
são minhas, desenhei-as com precisão
com os meus pés, com as minhas mãos
com o meu coração
as minhas dores, as minhas lágrimas
com os meus lábios, os meus orgasmos
os meus sorrisos e com os meus olhos
que nunca deixarão ver
nem apagar as minhas pegadas
a minha vida, o meu passado
sou eu
não quero apagar essas pegadas
não quero apagar esse passado
não quero esquece-lo
quero aprende-lo
aprendo com as minhas
pegadas

essa almofada kitch
que dorme na nossa cama
aconchega um batimento vermelho
um batimento forte
ouve-se o tic-tac
dentro da almofada
o som forte
ouve-se numa infinidade eterna
de vidas, de sonhos, de desejos
sem tempo, fora do tempo, ouves?
o calor kitch aquece a cama
aquece o chão
essa linha
essa passadeira que espera
os nossos pés
aquece-nos os corpos
e o miocárdio, esse cheiro vermelho
inunda toda a cama
são restos do teu cheiro
fundidos no meu cheiro

essa almofada kitch
espera o teu corpo
e o meu, fundidos
num vermelho quente
de um outro cheiro
num batimento
fundido, kitch
vermelho

Quem és tu?
tu que te deitas na minha cama ,
que te aninhas num feto
à espera de nascer,fechando os olhos
abertos para o sonho?
Quem és tu?
tu que olhas o meu espelho ensonado,
à procura duma ruga,
dum olho mal fechado
ou de uma pestana caída?
Quem és tu?
tu que abres essa janela do meu quarto
como quem espreita a luz,
gritanto ao mundo:
estou aqui!
Quem és tu?
tu que pisas os meus passos,
numa dança de quem caminha
com medo de caminhar,
de quem tropeça em mim,
perseguindo a minha sombra?
Quem és tu?
tu que já não estás nessa praia,
tu que nunca saíste desse muro,
tu que não sabes que lingua falas,
tu que usas a minha voz,
tu que tocas na minha pele,
sentindo o meu cheiro,
tu que mentes na idade,
acreditando seres esse menino sentado nesse outro muro...
quem és tu?

um espelho, o meu reflexo
eu
a consciencia de mim
abro os olhos no escuro
e vejo-me, dispo-me
dispo-me de tudo, dispo-me de mim
e encontro-me nesse espelho
que em tempos não olhei
que em tempos não reconheci
olho o espelho, vejo essa imagem
de mim, de um eu perdido
vejo a imagem, nessa verdade
nessa essência, outrora perdida
de alguém que eu não sabia quem era
que talvez já não existisse
perdi-me em ruas, becos sem saída
esqueci-me de mim
transformei-me, mudei-me
hoje procuro-me
encontro-me, dispo-me
dispo a minha alma aqui
verdadeiro, autentico, despido, nu
num blog espelhado

30/04/2011

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