Depois dessa discussão, saí porta fora. Olho em frente. Os meus pés caminham em frente numa urgência de desaparecer. Percorro essa estrada alentejana sem fim. Corro. Corro sem parar. Não quero pessoas. Não quero vozes. Encontro uma tapada decorada de sobreiros. Salto o muro. Caminho nesse verde. Olho em frente. Uma paisagem de um verde plano sem fim. Respiro fundo. Quero ficar aqui. Quero fundir-me neste verde, nestas àrvores. Fecho os olhos e quero ficar aqui, comigo, para sempre. Sento-me debaixo de uma árvore. Olho para o lado. Dois cavalos aproximam-se de mim. Olho-os nos olhos. Eles olham-me. Esse olhar entende-me. Desejo ficar aqui com eles nesta tapada e fazer dos sobreiros a minha a casa. Foi há quinze anos que essa familia me encontrou ali escondido, fungindo do mundo.
27.216
Há 3 anos
10 comentários:
Gostei ^^
Escreves mesmo bem Pedro Pina :)
Marilena' : ohhhh, obrgd...escrevo basicamente sobre mim!
Sendo assim, suponho que mantenhas uma relação especial com esses bichinhos (adoráveis, por sinal).
S* : por acaso até nao... :(
estes especificos nunca mais os vi..., mas k adorava um dia montar a cavalo isso adorava!
Porque pelos vistos estamos infelimente a sentir o mesmo :(
Marilena' : sim, estamos tao longe e afinal tao perto!
Ás vezes tenho vontade de fazer o mesmo (e faço)... correr sem destino e cair no chão, algures num sitio isolado, de exaustão...
Gostei do blog, li alguns textos e dizem-me algo =)
Saphira: eu já nao o faço há tanto tempo...mas tenho de voltar a faze-lo! libertar-me!
Os cavalos, como acho que a maioria dos outros animais, às vezes conseguem compreender-nos melhor do que as pessoas. E eles nao têm o hábito de cobrar nada de nós. É por isso que me sinto tão bem também rodeada de animais e da natureza. Por isso compreendo-te.
Hyndra: sabes, é por isso k ultimamente tenho tanta vontade de ter uma gato!
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