22/08/2010

PETER E A MINHA PELE




Vazio. Oco. Uma pele insuflável. O corpo, desenha mapas, linhas riscadas, cruzadas, emaranhadas nelas mesmas. O vazio necessita o preenchimento, como o corpo necessita a sua pele. Numa dessas linhas, rasgo os mapas e planos traçados. Entendo o improviso vital como uma ordem que parece preencher o futuro. No improviso o corpo veste-se. Não existem listas que me garantam a minha continuidade. Existe apenas a respiração. Existe o aqui e o agora. E nesse momento crucial, o corpo veste a pele e deita-se na minha cama. Não tenho a certeza do improviso, mas o improviso é improvisado a cada novo minuto desse mapa, agora incógnito, à espera de linhas rectas ou cruzadas, porém, não emaranhadas. Preencho o vazio e encaixo-me na minha pele. Hoje, entro dentro de mim.

3 comentários:

Branca disse...

E assim é preciso, que hajam esses momentos de vestirmos a nossa pele e entrarmos dentro de nós, para um prosseguir mais sereno.

Beijinhos
Branca

Rabisco disse...

Sempre tive a noção de que, na generalidade, alguns dos momentos mais difíceis da minha vida são esses mesmos, os que entro em plenitude na minha pele...

Gostei muito do texto...

Abraço

MARGARIDA disse...

adoro a pele, o orgão maior que temos... janela que nos permite sentir de variadas formas o calor, o frio, o arrepio, o sopro, o toque suave ou intenso... que a tua pele te traga prazer e te permita reencontrar o teu ser.
bj, 'ex praia em mim'