Vazio. Oco. Uma pele insuflável. O corpo, desenha mapas, linhas riscadas, cruzadas, emaranhadas nelas mesmas. O vazio necessita o preenchimento, como o corpo necessita a sua pele. Numa dessas linhas, rasgo os mapas e planos traçados. Entendo o improviso vital como uma ordem que parece preencher o futuro. No improviso o corpo veste-se. Não existem listas que me garantam a minha continuidade. Existe apenas a respiração. Existe o aqui e o agora. E nesse momento crucial, o corpo veste a pele e deita-se na minha cama. Não tenho a certeza do improviso, mas o improviso é improvisado a cada novo minuto desse mapa, agora incógnito, à espera de linhas rectas ou cruzadas, porém, não emaranhadas. Preencho o vazio e encaixo-me na minha pele. Hoje, entro dentro de mim.
27.216
Há 3 anos
3 comentários:
E assim é preciso, que hajam esses momentos de vestirmos a nossa pele e entrarmos dentro de nós, para um prosseguir mais sereno.
Beijinhos
Branca
Sempre tive a noção de que, na generalidade, alguns dos momentos mais difíceis da minha vida são esses mesmos, os que entro em plenitude na minha pele...
Gostei muito do texto...
Abraço
adoro a pele, o orgão maior que temos... janela que nos permite sentir de variadas formas o calor, o frio, o arrepio, o sopro, o toque suave ou intenso... que a tua pele te traga prazer e te permita reencontrar o teu ser.
bj, 'ex praia em mim'
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