Do vazio faz-se cheio e o cheio é importante esvaziar. Vomita-se o cérebro todo, um acumulado de anos irreflectidos. Vomita-se, para se atingir o nada. O vazio relaxante duma metamorfose embrionária. As asas ganham volume. O abrir das asas pronuncia o verbo receber. O caminho é pequeno, mas do vazio se torna como que cheio. E o cheio não cede espaço ao receber. Nesse movimento de asas, vomita-se um pouco. Recebe-se mais. Volta-se a vomitar. Volta-se a receber. E do vazio já não se faz cheio, que a metomorfose endureceu as asas. Mas do cheio faz-se sempre um vazio, quando a necessidade de respirar assim o pede.
27.216
Há 3 anos
3 comentários:
Complexo, mas de grande reflexão. Grande momento psicológico.
Tudo de bom para ti.
Beijinhos
Branca
Muito obrigado!
um beijinho
Inteligente, subtil e inquietante... Estou a adorar redescobrir este blogue. Melhor: esse grande talento por detrás destas linhas...
Stay Well
ps.: sinto-me tão pequenino... lol
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