Se a solidão existisse, não teria um nome. O nome seria pronunciado sem palavras, num silêncio de um vazio profundo. Uma palavra que não reconhece a sua existência, é mastigada sem expressão. A não-expressão é engolida em seco. Arranha. Da garganta, surge um vómito sem sabor. Os olhos petrificaram focando uma espécie de um nada insconsciente. A lâmpada fundiu no último segundo. Dentro do eco, as letras derretem-se, originando coisa nenhuma. O ponteiro desse relógio, parece partido, mas permanece à espera, que as letras ganhem sabor, que uma lágrima caia e que essa palavra se defina. Nesse dia, o ponteiro poderá deixar de arranhar a garganta, e espetar-se mesmo no meio da palavra, para assistir à sua morte. Nesse dia, a solidão não terá um nome, pois terá morrido.
27.216
Há 3 anos
2 comentários:
Já tinha saudades de te ler Pedro. PErdi os meus links todos e ando a recuperá-los aos poucos.
Quero desejar-te um excelente 2011 com tudo de bom
ando a escrever pouco! tb ja tinha saudade de te ver! :))
Bom Ano!
Enviar um comentário